(Aeroporto Internacional dos Guararapes - Recife)
Preciso de Wi-fi. Preciso de um chocolate quente. Achei
ambos; mas a primeira é medíocre... O chocolate, nem falo: estou na minha
cafeteria favorita, né? Nem vale. Esqueço o localizador do voo: anoto em um
guardanapo. Pela primeira vez em uma viagem, esqueço de trazer um caderno – o
notebook pesa demais.
Fico me olhando, enquanto beberico a maravilha forte e
quente que esquenta meu corpo... Estou bonita? Estou com cara de velha? Sei lá.
Tou aqui e é isso que me importa.
O tempo que aguardei por este dia, e hoje... Penso se
compensa cada momento de ansiedade, de agonia, de preocupação.
Uma pergunta que só posso responder lá. Não aqui, neste
aeroporto, frio, solitária como me encontro, inquieta como me encontro.
Tomo 3 garrafas de Bohemia. 2 latas de refrigerante. 2
chocolates. Adormeço por um pouco mais de uma hora, medo absurdo de perder o
voo por estar com sono. A esperança de que eu consiga adormecer dentro do
avião. Não há novidade, certo? Então...
Visto um casaco: sorte é que mãinha me emprestou um dela,
azul-escuro. Melhor que usar o rosa escandaloso. Deixemos para ocasiões mais
favoráveis, mais de estilo. Verde e rosa, afinal, é uma combinação ótima para a
Mangueira, não para uma roupa de avião. O casaco caiu no clima mais esportivo
que quis montar.
Bocejos. Muitos. Ainda estou com sono. Mas, agora, nesta
tela, continuo digitando. Continuo digitando...
Já despachei a mala. Já estou na área de embarque. Sinto
fome, sinto frio nas mãos. Vejo pouco da noite, mas ela está me parecendo sem
nuvens. Talvez um dia azul, ensolarado e quente se insinue em meu Recife.
Queria estar aqui, hoje. Uma palestra da Marina Lima está para acontecer. Queria assistir, queria ficar... Sim, eu
estou com medo.
Impressionante, porém real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário