quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Com cicatrizes...triste e em paz...

"Amor, que nunca cicatriza
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou

Que a vida a dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor.

Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural.

Uma
Qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem mais que também não faça mal.
Meu coração precisa..."


Nem sei o que dizer, faz tempo que não escrevo nestas bem traçadas linhas virtuais...Mas o que posso dizer? Não me sinto byroniando, pelo menos não como há 2 semanas atrás...nem posso me considerar ultra-mega-power feliz. Estou triste e estou em paz... Contraditório, talvez até hipócrita; mas é isso mesmo:

TRISTEZA E PAZ CONJUNTAMENTE.

Triste, porque as palavras que ouvi hoje; um dia já as disse pra mim mesma...e as ouvi de alguém cujos sentimentos que acalento são profundos, porém confusos demais; enevoados demais (ainda). Um amigo disse: "Qualquer escolha jamais será uma escolha errada". E eu lutei. Pensei. Sofri...sofri por eles, sofri por mim. Mas confesso, mais por eles do que por mim.
Até que descobri uma coisa...Eles queriam de mim apenas uma coisa: A MIM. Aquela Thaís que ambos dizem amar. Aquela menina travestida de mulher, perdida no tempo e espaço, mas que procura (e é) sincera ao âmago. Mesmo que isso destrua a si mesma; mas que não destrua aos demais.
Aquela menina descobriu uma coisa em si...Amar é ver o outro feliz, independente de que seja consigo ou não. Talvez, mas só talvez; eu tenha pensado por outros; mas foi no começo. A maior ousadia de minha vida foi seguir meus desejos. E de confessá-los.
E de perceber que, na verdade, o que existe são erros.
Não erros dos outros, na verdade. Erros meus. Aprendi o amor mais letal possível, porém o mais certo: amar os outros acima de mim mesma. O velho conceito cristão de que o amor-próprio é algo pecaminoso. Sou assim...
Amei, e ainda amo àquele que eu dediquei 2 anos de minha vida. Não porque é mais confortável, porque é mais fácil. Mas porque, foi na tentativa de dar mais espaço a ele, que percebi que queria mais do que isso. Sempre quis. Quero dedicação, quero proximidade, quero força...Encontrei isso em outra pessoa. De um modo gradativo, mas intenso e (desculpa a palavra) até brutal.
Entretanto, há algo que eu não posso me negar: ao sentimento que me faz querer ser daquele homem, que me faz querer ser dele mais do que tudo nesta vida. A verdade é que, embora eu não pense loucamente em casar; em meu peito, já estou casada com esse homem. Estamos unidos por algo que nem eu mais compreendo; mas que ainda insiste em não se conformar, que ainda me faz lutar por ele, querer, querer e querer...
Por isso, me sinto em paz; por entender que afinal, o dilema foi, em certa forma, solucionado.
Ainda busco caminhos para o rapaz. Mas ainda sinto uma dor estranha. Será mesmo que fui covarde, não me permitindo ser dele? A verdade é que, se eu fizesse isso, talvez eu nunca fosse dele por completo. Porque, querendo ou não, este corpo virou morada dele, virou um templo dele. Quando eu me afastasse em definitivo, não importa o quanto o rapaz pudesse me satisfazer...não era ele, boa parte de mim estaria pensando em outro.
Mas como posso, ao mesmo tempo, sentir que não posso esquecê-lo? Que nunca vou poder apagar da minha memória fonográfica os "eu te amo" que ouvi desse rapaz? Que, querendo ou não, a dor dele me dói como dor física? Que vou ter que, daqui por uns dias, evitar o Orkut, evitar qualquer contato virtual para não cair na tentação de ver os recados dele, de ver que os outros vão dizer que fui uma...e me doer por dentro, pois sou quase que totalmente voltada ao que os outros dizem de mim?
E nesse interím...estou com uma coisa estranha. Não estou byroniana. Estou calma. As lágrimas já foram derramadas, poucas. Não havia mais o que chorar, está findo.
Ou não...talvez seja só o começo.

Ao som de "Cicatrizes", de MPB-4, penso e repenso...
Queria sim, apenas uma...uma chance de poder ser duas...mas a ética pessoal me impede...queria poder viver num eterno Carnaval...mas a vida também tem os dias de luta...

Se eu não fiz a escolha certa, o tempo dirá por mim...é a ele, ao tempo, à quem vou me entregar...


E vou buscar lutar para encontrar o caminho certo dentro de mim. Quando estou com o homem, sou eu mesma. Vou atrás de mim...vou provar esse amor que sinto...vou tentar equilibrar meu desejo com o bom-senso...embora eu queria mais, eu vou sempre buscar mais...Eu ainda quero aquele homem! E vou lutar para ser feliz.

Ainda que só dure como um Carnaval...

E ao rapaz...injusta eu seria sendo de dois. Se eu amo como eu julgo amar, preciso dar a chance que ele busque alguém que não seja uma tola perdida feito eu. Que possa ser completa, decidida, segura.
Ele precisa disso.

O que tiver de ser, será...(nisso, rapaz, com certeza a gente concordará...)






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