segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

MINHA SÉRIE VAGALUME (9) - ÉRAMOS SEIS (Maria José Dupré, 1973)


O livro desta semana apareceu de modo inusitado: foi lido pela primeira vez EXATAMENTE HOJE (obs: o primeiro rascunho deste texto data-se de 17/01) e é um livro marcante, emocionante... Um livro que deixa o mundo impactado, e é preciso parar, respirar, absorver e jul... Quer dizer, mais ou menos, mas fica difícil não se apaixonar pela protagonista, ser solidária a ela nos momentos de sofrimento e contente pela forma como ela enfrenta a vida...
Bom, então, vamos para um livro que tem muita história pra contar (e não é só dentro, não!) de uma família que inicialmente, segundo a matriarca, "Éramos Seis".

Capa da 1ª edição.
Antes de qualquer coisa, um aviso: esta obra, diferente da sua maioria, não foi lançada para a série. O livro original data de 1943 (sim, trinta anos atrás) e, antes disso, já tinham tido adaptações para a televisão, na forma de novela (o Wikipedia explica melhor) - inclusive, teremos a quinta versão ano que vem, pela Globo.

EDIT (22/10): ANO QUE VEM É O CASSETE, ela já está rolando...


Enfim, a história é narrada por Dona Lola, esposa do Júlio, mãe de Carlos, Alfredo, Julinho e Isabel. Sim, isso mesmo, ela era esposa e mãe. A história narra como ela fazia o máximo, lutava como podia, pela felicidade da família.
A história atravessa décadas da vida da família Lemos. Dos idos dos anos 1910 até 1942, da Lola que fazia esforço para agradar a todos até a solitária em uma pensão, rememorando a vida.
Acontecimentos na vida deles vão marcando o tempo e, de ano em ano, de fato em fato, reduziram uma família de seis componentes ao membro mais vulnerável, no entanto o mais forte, da história: D. Lola.

O que é massa nesta história? Se cês notaram bem, eu acabei por dar o spoiler: ela acaba sozinha. Sim, eu disse. E isso não será o mais interessante da história, afinal falta responder: O que diabos aconteceu pra uma mulher dessa acabar sozinha? O modo como ela faz essa explicação, como o retorno aos tempos da família e a descrição de como a existência deles já estava, de certa forma, marcada no destino dos filhos, é o que chama a atenção e faz com que você, inconscientemente, defenda Lola de toda forma. O debate que ela faz consigo mesma sobre sua função de mãe, sobre o tempo de "deixar os filhos irem", é um momento dos mais fortes da trama.
E isso a Maria José nos dá: emoção. Mesmo quando o peito apertava nos momentos de confronto entre Alfredo e a família sobre as inclinações marxistas do primeiro (sabe a sensação de "já vi esta merda antes" - e não foi a novela do SBT, até hoje tenho ódio de mim por nunca ter assistido); mesmo ali eu me senti cativada pela forma como a escritora criava as cenas.
A leitura é boa pra caramba, e te faz pensar em mil coisas...
(Um adendo: como a juventude da década de 1970 conseguiu ler este livro, gente? Por melhor que a leitura seja, nunca me imaginaria lendo isso até os 18 anos...)

Tem como ler agora? MAS FOI EXATAMENTE POR ISSO QUE A PESSOA AQUI TEVE ACESSO A ESTE LIVRO, SÔ! Sim, para fazer esta leitura inédita pra mim, corri para a Internet e, graças a Deus e a este link, posso disponibilizar.

Rapaz, não posso negar que entrar nesta seção está redespertando uma vontade imensa de passar dias só lendo, lendo, lendo... A leitura tem sido um hábito que estava me faltando e, como a escrita (aqui também), precisava de tempo e um empurrão para voltarem a fazer parte de mim.
Então, é isso!
Já foram nove e, este mês, fechei direitinho aqui.
E, quando fevereiro chegar, podem estar certos de que teremos mais livros do Vaga-Lume pela frente.
Inté!

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Será que você também aguenta esse aqui?

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