terça-feira, 27 de novembro de 2018
MINHA SÉRIE VAGALUME (3) - MENINOS SEM PÁTRIA (Luiz Puntel, 1988)
O selecionar desta semana foi baseado nos acontecimentos recentes.
Em meio a todo o panorama político dos últimos tempos, o livro que iremos apresentar, sob a acusação de ser "um livro comunista", foi censurado em uma escola.
Quando soube de tal notícia, me deu uma revolta tão grande, mas tão grande sobre a ignorância humana (mais especificamente a tupiniquim, talkêi?), que a terceira postagem sobre os livros da Série Vaga-Lume que mais me marcaram, vamos fazer uma viagem pelo Brasil, Chile e França da década de 1970... As terras onde passaram os "Meninos Sem Pátria", o quarto livro mais vendido da coleção.
A obra de Luiz Puntel retrata a família de Marcão - cujo pai, José Maria, enfrenta dura perseguição como jornalista, num meio em que os horrores da ditadura começam a surgir. Com a mãe grávida e um irmão mais novo, Marcão é a figura principal da história. Além de apresentar como pano de fundo as ditaduras brasileira e chilena, a história foca em como Marcão (ou Marc, como será chamado na França) e sua família lidam com a condição de exilados: suas relações com outras culturas, as amizades e até mesmo o amor, centrado na figura da doce Claire, a francesa com quem o protagonista terá um relacionamento bonito, porém com percalços devido à insegurança da condição do rapaz.
O que é massa nesta história? Não é a primeira história do Puntel aqui - vale lembrar o livro da semana passada - e provavelmente não será o último. Mas o autor tem uma sensibilidade imensa para mostrar como é a vida familiar de um perseguido político (que é o que José Maria se torna) e de crianças que crescem sem ter uma identidade patriótica. Além de Marcão, o autor constrói tipos como Ricardo (o irmão, no início, mais novo), quando ele se atrapalha com o português e com os símbolos nacionais (como o hino) e Pablo, o irmão que nasce no Chile e que, de todos, tem sua posição na família como insegura...
Há humor, há romance (bem água com açúcar), mas tem também ação. Afinal, a família foge de DUAS DITADURAS, tem que ter aquele momento mais perigoso... Pois, ali, cada membro era sagrado, e a ideia era manterem-se, todos, unidos e vivos. Também é um bom acerto o foco na família, sem tirar a atenção maior do narrador-personagem (ué, não tinha dito ainda que o Marcos era quem contava a história? Tou fraca!).
Fica a dica! Pelo amor de Jesus Cristinho, antes de ler a história, faça um favor a si mesmo(a) e leia nos livros de História sobre as ditaduras latino-americanas... NOS LIVROS, NÃO NO YOUTUBER!
Porque, convenhamos, né? Gente que acha que lê e coloca caraminhola a respeito de um livro pelo tema...
Agora, se você for um contrário voraz do termo "ditadura" e acha que a revolução tirou a ameaça comunista (pausa pra rir) do Brasil... Leia, quem sabe ajude a abrir um pouco a cabeça, né?
EDIT (13/11/2019)
Tem como ler agora? SIM! Quando postei, há quase um ano atrás, eu não tinha, nas primeiras obras, um costume de pesquisar se tinha PDF ou não - ou melhor, até tinha, mas não era uma obrigatoriedade.
Mas, como pus este dado como algo inerente à estas postagens temáticas, é justo que, hoje, eu atualize os posts antigos e disponibilize as obras para vocês. E assim o faço agora, kkkkkkkkkkkkk
No caso deste livro, ele só pode ser lido se você fizer download neste link aqui. Sim, ele funciona, acabei de verificar (só não deixe o AdBlock ativado, beleza?)
(Mas, aviso logo que não pertenço a partido algum, Lula Livre só quando provar a inocência e Jair Bolsonaro é um maluco, que foi eleito pela maioria, não por mim).
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