terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Solidões, teimosias e vazios... E nós.
Quando nos encontramos, estou só.
Só, num mundo obscuro e líquido, a milhas e milhas de nós dois.
Mas, neste mundo não há mais ninguém.
Não há mais rostos, abdiquei de sonhar com paixões.
A paixão me deixou,
a saudade me deixou,
o desejo me deixou,
a face que mais amava me deixou.
Me deixou diante do meio-dia,
me deixou no meio da rodoviária de uma cidade desconhecida,
e agora preciso andar pela cidade,
conhecer este novo espaço,
sozinha...
A única coisa que ficou foi a capacidade de sonhar.
E os meus sonhos, eu não deixo mais ninguém se interpor.
Ninguém, muito menos você.
Quando nos encontramos, as mesmas notícias, as mesmas pessoas.
Não há espaço para os meus sonhos, para a minha quimera.
Só para trabalho, política, família, preocupações, conselhos práticos, a vida real, a vida real, a vida real...
Há quanto tempo não há mais do que o mesmo?
Meu espírito não suporta viver o tédio cotidiano.
Preciso de mais do que está diante de mim. Uma oportunidade de sair pelos sete buracos de minha cabeça, de ser e estar plenamente feliz e sendo eu mesma.
Será que você pode entender isso?
Ou você apenas quer que eu seja mais uma, seja apenas o que você quer que eu seja...Alguém que se contenta com um ou dois dias, que pode viver sem palavras em pouco tempo.
Dizer "eu te amo", pra mim, não basta.
Para amar, as palavras existem, mas devem ser pronunciadas o mínimo possível. Para amar, saídas certinhas de nada adiantam.
Precisa-se de um pouco mais, de risos, de um curinga na manga.
Cansei das frases feitas, das noites perfeitas.
Quero mais do que atenção. Quero o poético, a risada na hora da música que traz lembranças, a cumplicidade...
Será que você ainda não sabe disso?
Será que você não consegue me enxergar?
A cada dia, hora, minuto, segundo, suas ações comuns me fazem sair de mim, vibrar em outro caminho, a cada instante mais longe daquilo que talvez um dia ainda se considere nós dois...
Estou cheia de ações comuns.
Preciso do inesperado.
Daquela onde ficaram apenas os sonhos para manter os alicerces da sua psique intactas, não se pode esperar que o previsível lhe seja natural...
...Tão natural como o vácuo.
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